Ato I
Cena I
Entra mamãe com olhar alegre, Sarinha pergunta:
Sarinha- Mamãe, o que é isso que você tem na mão?
Mamãe- É um relógio muito bonito e caro que seu pai me deu de presente de aniversário.
Sarinha- Eu posso ver?
Mamãe- Pode sim, mas na minha mão.Depois nada de mexer nele de novo.
Sarinha- Tá bom, mamãe, pode deixar. (Mamãe mostra o relógio e sai)
Entra Tales, o irmão de Sarinha; enquanto Tales desamarra o tênis...
Sarinha- Tales, você já viu o relógio novo de mamãe?
Tales – O que tem ele de mais?
Sarinha- Ele é o relógio mais bonito que já vi, e a mamãe falou que ele é muito caro também.
Tales- E daí, é só um relógio de mulher. Eu vou é tomar meu banho.
Sarinha- Não sei porque os homens são tão insensíveis... A mamãe pediu pra eu não mexer mais no relógio... hum! Ele muito bonito mesmo, ela não saber se eu colocá-lo só um pouquinho no meu braço... Ops!! (O relógio cai do braço de Sarinha e ela chora). Oh! meu Deus, tomara que minha mãe não resolva usar este relógio tão cedo. (Fala limpando as lagrimas e sai.)
Tempo depois entra mamãe, pronta para sair e grita para Sarinha em outro cômodo da casa.
Mamãe- Sarinha, vou me encontrar com seu pai no escritório, e de lá vamos almoçar juntos. Avise ao Tales quando ele chegar da escola. Vou usar o lindo relógio que ganhei...( Percebe o relógio quebrado) O que isso? Quem quebrou meu relógio?.. Sarinha Venha já aqui!!
Sarinha- O que foi mamãe? (Pergunta cinicamente)
Mamãe- O que foi? O que foi, digo eu, mocinha. O que aconteceu com meu relógio?
Sarinha- Eu não sei, mamãe, eu deixei onde estava.
Mamãe- Tem certeza, menina?
Sarinha- Claro que tenho, aliás porque não pergunta ao Tales. Tenho quase certeza de que foi ele, aquele menino atentado!
Mamãe- Bem, se não foi você, só pode ter sido o Tales mesmo. Ele vai ter o castigo que merece e vai aprender a não mexer no que não lhe pertence. Desculpe por ter te acusado injustamente filha.
Sarinha- Posso ir?
Mamãe- Pode sim.(Sarinha sai e mamãe fala desconfiada) Hum! Eu acho que não foi o Tales, ele não seria capaz disso. Mas Sarinha sim, ela ficou fascinada com o relógio. Vou esperar, tenho certeza de que amanhã ela vai querer me dizer alguma coisa.
ATO II
A noite Sarinha tenta dormir.
Sarinha- Não estou conseguindo dormir, estou sem sono, deve ser o calor...(fica pensativa) O será que a mamãe fez com o tales?...Bem, seja lá o que for ele agüenta bem, afinal ele homem!
Entra alguém vestindo trapos escuros
Consciência- Oi Sarinha, tá difícil dormir?
Sarinha- Ai meu Deus!! Quem é você?
Consciência- Calma, não se assuste, não vou te fazer mal, calma, calma...
Sarinha- O que você quer?
Consciência- Bom, primeiro vou te dizer quem sou. Sou a sua consciência.
Sarinha- Minha o que?
Consciência- Consciência!
Sarinha- O que é uma consciência?
Consciência- Consciência é aquela voz que avisa lá dentro de você, quando você faz alguma coisa errada, quando você engana alguém. É aquela voz baixinha, mas muito forte, que te incomoda e não te deixa dormir.
Sarinha- Ah! Então é você que não está me deixando dormir?
Consciência- Sim, mas por enquanto, só até você me ajudar.
Sarinha- Te ajudar? Está doente?
Consciência- Mais ou menos, mas está vendo como eu fiquei? Esta roupa horrível, suja, esfarrapada...
Sarinha- Por que ficou assim?
Consciência- Porque sou sua consciência e você fez uma coisa errada e muito feia, cada vez que você faz alguma coisa errada, eu fico assim, tão feia quanto aquilo que você fez. Por isso eu tiro seu sono e incomodo seus pensamentos até você consertar tudo o que fez de errado. Então eu fico bonita e limpinha de novo, e você pode dormir tranqüila novamente.
Sarinha- Mas o que eu fiz não dá pra mudar, o relógio já está quebrado.
Consciência- Não estou falando do relógio e sim da mentira que contou a sua mãe e fez uma acusação mentirosa. Sendo desobediente e covarde.
Sarinha- O devo fazer? (Pergunta de cabeça baixa)
Consciência- Conte a verdade a sua mãe e peça perdão ao seu irmão.
Sarinha- Tá bem, sei que ela vai me castigar, mas eu mereço, (Respira fundo e chama)
Mamãe!!
ATO III
Mamãe- O que foi filha? Não está dormindo?
Sarinha- Eu não conseguia dormir porque minha consciência me tirou o sono e incomodou meus pensamentos.
Mamãe- Você fez algo de errado?
Sarinha- Bem...é...quer dizer...fiz sim. O relógio que papai te deu, fui eu quem o quebrou.
Continuação
Mamãe- E porque você mentiu pra mim? (Séria)
Sarinha- Por que tive medo.
Mamãe- Sarinha, quando foi que te dei motivos para ter medo de mim? Filha, os pais esperam que os filhos o respeitem e os amem, saber que você tem medo de mim me entristece muito. Pais e filhos precisam ser amigos e confiar uns aos outros. E, é claro, eu lhe chamaria à atenção pela sua desobediência, mas isso seria inevitável, você errou e precisa aprender a responder pelos seus erros, assim terá a consciência limpa.
Sarinha- É agora eu sei...(Fala olhando para a consciência, que está ali no canto o tempo todo. Esta ri e pisca para Sarinha enquanto tira os trapos escuros, deixando surgir a roupa clara que está por baixo).
Sarinha- Mamãe, ainda podemos ser amigas?
Mamãe- Claro filha, se você quiser.
Sarinha- Então me perdoe, mesmo que me castigue, me perdoe.
Mamãe- As pessoas devem ser castigadas para aprenderem as lições, e você já aprendeu a sua, e claro que te perdôo, senão,que tipo de mãe eu seria?
Sarinha- E, tenho que falar com o Tales! Será que ele também vai me perdoar?
Mamãe- Ele não sabe nada sobre esta história, querida. Eu também uma consciência, e ela me avisou que Tales não era culpado, se eu o tivesse castigado, minha consciência ia me incomodar muito. Agora vamos tomar um copo de leite e depois vamos dormir tranqüilos.
Saem as duas. Fica a consciência e fala às crianças sobe suas consciências.
FIM
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