O ADOLESCENTE
INTRODUCÃO
A adolescência é uma fase muito importante na vida de uma pessoa. É um período que não pode ser considerado uma mera transição entre a infância e a fase adulta. É uma etapa onde ocorrem as mais diversas transformações a nível físico, intelectual, emocional e social. A adolescência é um processo dinâmico de metamorfose que transforma o ser criança em um ser adulto.
I – DEFINIÇÃO DE ADOLESCÊNCIA.
A adolescência é um período da vida que se estende entre a fase da infância e a fase adulta. Ela é um processo dinâmico e não um estado. É um estágio onde acontece um período radical de transição que deve ser vivido com naturalidade e intensidade pelo adolescente e um tempo especial onde os adultos precisam compreendê-lo em suas inquietações.
A adolescência é considerada um fenômeno de caráter psicológico e social com diferentes particularidades que variam de acordo com o contexto no qual o adolescente está inserido.
A palavra adolescência deriva do latim ad (a, para) e olescer (Crescer), caracterizando, portanto, o processo dinâmico que o individuo apresenta na sua aptidão de crescer.
II – CRISES NA ADOLESCÊNCIA
1– CRISE DE IDENTIDADE
A identidade é a consciência que a pessoa tem de si mesma como alguém que integra o mundo real existente.
A crise de identidade está centrada na necessidade que o adolescente tem de ser ele mesmo na procura de uma definição de seu self (o self é tudo aquilo que sabemos, sentimos, vivenciamos como parte de nós mesmos. É tudo aquilo que nos conforma e compõe. É o objeto central do ego), para assim romper com sua infância e conseguir se firmar como pessoa.
A crise de identidade é tida como ponto central na adolescência.
2 – CRISE DE AUTORIDADE
A crise de autoridade, na adolescência, é algo bastante forte e se caracteriza pelo confronto.Há uma atitude de rebeldia e muitas vezes até de desrespeito para com o adulto, especialmente para com os pais e outras pessoas que têm autoridade ou exercem determinada função.
3 – CRISE SOCIAL
É considerada a crise mais complexa da adolescência. Há, nesta fase, uma reelaboração total do mundo sexual que transforma a estrutura infantil em uma estrutura adulta.
A crise sexual se instala a partir das transformações do corpo, o que exige uma adaptação à nova realidade.
O adolescente precisa aceitar o seu novo corpo e viver em paz com ele para alcançar um bom nível de relações com os outros.
II – DIFICULDADES NO CONVÍVIO COM ADOLESCENTES.
Vimos até aqui a complexidade pela qual passa o adolescente em seu estado de metamorfose. Listaremos alguns aspectos que, se não observado irão dificultar nossas relações para com eles neste período de total transformação pelo qual passam.
1 – NÃO COMPREENDÊ-LOS.
Ser compreensivo significa entender e captar os sentimentos do adolescente; é confiar em sua capacidade para ir adiante, é respeitar sua liberdade, respeitar sua intimidade, não julgá-lo, aceitá-lo como ele é, aceitá-lo tal como ele quer chegar a ser, é ver o outro como sujeito.
O adolescente precisa ser compreendido e aceito em sua maneira de ser e agir. Ele necessita de um ambiente acolhedor que o proteja e lhe mostre o caminho a ser seguido. Adulto é para o adolescente um refúgio necessário, mas ao mesmo tempo, alvo de agressão e destruição. É uma tarefa árdua, mas bela e gratificante, ser este adulto racional e maduro para um adolescente que está à procura de parâmetros que sirvam de modelo para sua afirmação como pessoa.
2 – FALTA DE EMPATIA
No relacionamento humano é fundamental que se busque a compreensão do que a pessoa está dizendo e sentindo. É o que se chama de empatia. É sentir o que o outro sente; é ouvir a sua história como se fosse a minha. É a capacidade de dar-se conta das emoções e das mudanças internas da pessoa como a qual nos relacionamos. É colocar-se no lugar da pessoa.
Ao nos comunicarmos com o adolescente ou mesmo com outra pessoa qualquer, é certo que recebemos aquilo que estamos a lhe oferecer. Se nosso sentimento for de indiferença e apatia, é natural recebermos algo semelhante em troca.
A empatia requer a aceitação incondicional do outro: isso quer dizer que o aceito como ele é procurando aceitar todos os aspectos de sua pessoa: seus gestos, sua forma de falar, sua maneira de enfocar a vida, sua inteligência, seu corpo e seus atos. Isso faz com que eu não procure manipulá-lo, mudá-lo e favorece o outro a se expressar livremente e com confiança.
3 – NÃO SENDO UMA PRESENÇA REAL.
O adolescente percebe quando somos uma presença irreal, apenas de corpo ou se estamos totalmente com ele, sendo uma presença de corpo, “alma” e mente. O doar-se fará bem ao adolescente, mas talvez o grande beneficiado seja o adulto que irá desfrutar de um convívio mais salutar e terá do adolescente o que ele tem de melhor: a sinceridade e o amor à vida.
4 – NÃO ENTENDENDO SEUS SENTIMENTOS.
Assim como o adulto, o adolescente tem o direito de vivenciar e expressar o seu sentimento em relação ao mundo e às pessoas. É importante que o respeitemos, assim como ele é e assim como se expressa. O adolescente tem o direito de pensar, sentir e agir conforme seu coração, desde que isto não violente as formas de convivência e nem a doutrina da Igreja.
5 – QUERER CONVENCER O ADOLESCENTE A PARTIR DO SEU PRESSUPOSTO.
Em nosso relacionamento com o adolescente, é fundamental que ele perceba que nos encontramos abertos para ouvi-lo e não para lhe impor nossas verdades. Estamos juntos para que haja uma troca de experiência e conhecimentos que enriquecerão nossas relações. Em uma relação nada pode ser imposto. Pode haver um compartilhar de idéias quer permitirão uma troca mutua. O adolescente perceberá que seus pressupostos têm valor, e que não apenas os do adulto o têm.
6 – NÃO SENDO COERENTE.
A coerência é imprescindível em toda e qualquer relação. Ser coerente é ter a coragem de ser o que se é, sem disfarces. O adolescente é especialista em perceber se somos coerentes com aquilo que falamos e fazemos. O não ser coerente nos tira a credibilidade para termos uma relação próxima com o adolescente.
7 – NÃO ESCUTANDO O ADOLESCENTE.
Escutar é diferente de ouvir. Nós ouvimos sons, ruídos ou palavras. Nós os ouvimos ainda sem querer quando alguém ou algo os emite. O escutar supõe uma disposição: é preciso querer escutar. Nós ouvimos sem querer, no entanto, para escutar é preciso querer fazê-lo.
O adolescente, no contato conosco, deve perceber que nós o estamos ouvindo de corpo inteiro e isto implica, conforme Luiz Antonio Ryzewski, em 3 habilidades, chamadas de A.C. A, que descreveremos a seguir.
a) “A” de atender.
Atender é estar ligado, atento, conectado. É receber a informação e nos certificar que estamos recebendo exatamente aquilo que o adolescente nos quer transmitir. É perceber também o sentido oculto das palavras, gestos e ações.
b) “C” de compreender.
É o momento da interpretação do significado da mensagem expressa pelo adolescente. Nem sempre uma determinada palavra tem o mesmo significado para todas as pessoas. Deve ficar claro o que isto significa na linguagem usada pelo adolescente. A compreensão correta se dá se nos colocarmos no seu lugar.
c) “A” de avaliar.
É quando refletimos sobre o que nos foi informado e a partir da avaliação vamos definir nossa reação frente a uma determinada situação. Devemos avaliar, não a partir dos nossos preconceitos, mas a partir do adolescente. Isto não significa concordar sempre com ele, mas respeitar sua opinião, dando a nossa, colocando argumentos prós e contras.
III – NECESSIDADES BÁSICAS DO ADOLESCENTE.
• Compreensão;
• Aceitação;
• Liberdade;
• Reconhecimento;
• Mensagem de afeto;
• Amor.
PARTE II – O PROFESSOR
I - O PROFESSOR IDEAL
“Se é ensinar, haja dedicação ao ensino Rm 12.7”.
O professor ideal é aquele que inspira seus alunos a adquirirem conhecimento bíblico. O professor deve também promover modificações na vida dos alunos, através do ensino.
Para o ensino ser eficiente, é indispensável que o líder dos adolescentes saiba o que deve ensinar, como utilizar os meios pelos quais os alunos podem aprender e para que os adolescentes vão aprender.
II – RESPONSABILIDADES DO PROFESSOR.
• Manter longa e freqüente comunhão com o Mestre JESUS;
• Estudar bem a lição bíblica;
• Conhecer seus alunos;
• Estabelecer propósitos definidos no seu ensino;
• Contactar com os alunos fora de classe;
• Aplicar métodos e técnicas educacionais;
• Acreditar no seu ensino;
• Ter experiência dentro do que ensina e pregar;
• Viver o que ensina.
III – QUALIFICAÇÕES DO PROFESSOR.
• Preparo espiritual;
• Preparo pedagógico;
• Aparência;
• Capacidade de expressão;
• Cortesia, senso de humor;
• Otimismo;
• Simpatia;
• Auto-direção;
• Criatividade.
IV – CARACTERÍSTICAS DO PROFESSOR.
• Servo (Ef 6.6)
• Sacerdote (Ap 1.6)
• Mensageiro (At 4.2)
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