Pais e professores lutam por um sonho, o de tornar seus filhos e alunos felizes, saudáveis e sábios, mas jamais estiveram tão perdidos na árdua tarefa de educar.
Educar é acreditar na vida, mesmo que derramemos lágrimas. Educar é ter esperança no futuro, mesmo que os jovens nos decepcionem no presente. Educar é semear com sabedoria e colher com paciência. Educar é ser um garimpeiro que procura os tesouros do coração.
Para onde caminha a juventude
Nossa geração quis dar o melhor para as crianças e os jovens. Sonhamos grandes sonhos para eles. Procuramos dar os melhores brinquedos, roupas, passeios e escolas. Não queríamos que eles vivessem as mesmas dificuldades pelas quais passamos.
Colocamos uma televisão na sala, alguns até um computador no quarto.Outros encheram os filhos de atividades, como cursos de inglês, computação...
Tiveram uma excelente intenção, só não sabiam que as crianças precisavam ter infância.
Criamos um mundo artificial para as crianças e pagamos um preço caríssimo.
Não estamos educando a emoção nem estimulando as funções mais importantes tais como: contemplar o belo, pensar antes de reagir, expor e não impor as idéias, gerenciar pensamentos, ter espírito empreendedor.
Os jovens e crianças raramente sabem pedir perdão, reconhecer seus limites e se colocar no lugar dos outros.
Bons pais estão confusos e gerando filhos com conflitos.
Sete hábitos dos bons pais e dos pais brilhantes
Os filhos não precisam de pais gigantes, mas de seres humanos que falem a sua linguagem e sejam capazes de penetrar-lhes o coração.
1) Bons pais dão presentes, pais brilhantes dão seu próprio ser : Pais brilhantes dão algo incomparavelmente mais valioso aos seus filhos, algo que o dinheiro não pode comprar: o seu ser, sua história, suas experiências, suas lágrimas e seu tempo.
Quando tem condições dão presentes aos filhos, não os estimulam a ser consumistas.
Os pais que vivem em função de presentear seus filhos são lembrados num momento, os pais que se preocupam em dar sua história aos filhos se tornam inesquecíveis.
Abra-se, chore e abrace-os. Chorar e abraçar são mais importantes do que dar-lhes fortunas ou fazer-lhes montanhas de críticas.
2) Bons pais nutrem o corpo, pais brilhantes nutrem a personalidade: Bons pais cuidam da nutrição física dos filhos, uma boa dieta com alimentos saudáveis; pais brilhantes vão além, sabem que a personalidade precisa de uma excelente nutrição psíquica.
Os filhos tem contato diariamente com milhares de estímulos sedutores que se infiltram em sua memória. Por exemplo: Os pais ensinam os filhos a ser solidários e a consumir o necessário, mas o sistema ensina o individualismo e a consumir sem necessidade. Quem ganha essa disputa? O sistema social.
Existem filhos crescendo saudáveis no corpo, mas são infelizes, instáveis, sem proteção emocional, fogem dos problemas, tem medo de críticas, não sabem receber o “não”.
Não percebemos que tudo que eles arquivam em sua memória controlará suas personalidades.
Pais brilhantes não formam heróis mas seres humanos que conhecem seus limites e sua força.
3) Bons pais corrigem os erros, pais brilhantes ensinam a pensar: Não seja um perito em criticar comportamentos inadequados, seja um perito em fazer seus filhos refletirem.
Surpreender os filhos é dizer coisas que eles não esperam, reagir de modo diferente diante de seus erros, superar suas expectativas. Por exemplo: seu filho acabou de levantar a voz para você. Ele espera que você grite e o castigue! Mas em vez disso, você inicialmente se cala, relaxa e depois diz algo que o deixa pasmo: “Eu não esperava que você me ofendesse desse jeito. Apesar da dor que você me causou, eu amo e respeito você”. Então o pai sai de cena e deixa o filho pensar. Esta resposta vai abalar os alicerces da agressividade do filho.
Bons pais dizem aos filhos: “Você está errado” Pais brilhantes dizem: “O que você acha do seu comportamento?”
Bons pais dizem: “Você falhou de novo” Pais brilhantes dizem: Pense antes de reagir”.
Bons pais punem quando os filhos fracassam; pais brilhantes estimulam a fazer de cada lágrima uma oportunidade de crescimento.
4) Bons pais preparam os filhos para os aplausos, pais brilhantes preparam os filhos para os fracassos: Bons pais educam a inteligência lógica dos filhos, pais brilhantes educam a sensibilidade. Estimule seus filhos a ter metas, procurar sucesso no estudo, trabalho, mas não pare por aí. Ensine-os a não ter medo dos seus insucessos.
Pais brilhantes são modelos para uma vida vitoriosa; para eles vencer não é acertar sempre, por isso são capazes de dizer aos filhos: “Eu errei”, “Desculpe-me”, “Eu preciso de você”. Eles são fortes nas convicções, mas flexíveis para admitir suas fragilidades.
As crianças serão felizes se aprenderem a contemplar o belo nos momentos de glória e de fracassos, nas flores das primaveras e nas folhas secas do inverno.
5) Bons pais conversam, pais brilhantes dialogam como amigos: Vimos que o primeiro hábito dos pais brilhantes é deixar os filhos conhecê-los; o segundo é nutrir a personalidade; o terceiro é ensiná-los a pensar; o quarto é prepará-los para as derrotas e dificuldades da vida. A melhor maneira de desenvolver todos estes hábitos é adquirir um quinto hábito: dialogar.
Conversar é falar sobre o mundo que nos cerca, dialogar é falar sobre o mundo que somos.
Se os pais nunca contaram para seus filhos os seus mais importantes sonhos, e também nunca ouviram deles as suas maiores alegrias e suas decepções mais marcantes, eles formarão um grupo de estranhos e não uma família.Não há mágica para construir uma relação saudável, o diálogo é insubstituível.
Os comportamentos inadequados muitas vezes são clamores que imploram a presença, o carinho e a atenção dos pais.
A verdadeira autoridade e o sólido respeito nascem através do diálogo.
Onde há amor a obediência é espontânea e natural.
6) Bons pais dão informações, pais brilhantes contam histórias: Bons pais são uma enciclopédia de informações, pais brilhantes são agradáveis contadores de história; são criativos, capazes de extrair das coisas mais simples belíssimas lições de vida.
Conte histórias para quem você ama.Você pode ensinar muito falando pouco.
Se você conseguir fazer seus filhos sonharem, terá um tesouro que muitos reis procuraram e não conquistaram.
7) Bons pais dão oportunidades, pais brilhantes nunca desistem: Bons pais são tolerantes com alguns erros dos filhos, pais brilhantes jamais desistem deles, ainda que os filhos os decepcionem e adquiram transtornos emocionais. O mundo pode não apostar em nossos filhos, mas jamais devemos perder a esperança de que eles se tornem grandes seres humanos.
Pais brilhantes são semeadores de idéias e não controladores de seus filhos, semeiam no solo da inteligência e esperam que um dia suas sementes germinem. Durante a espera pode haver desolação, mas, se as sementes são boas, um dia germinarão, mesmo que os filhos se droguem, não tenham respeito pela vida e não parem em emprego algum.
1) Aprenda a dizer “não” a seus filhos sem medo, se eles não ouvirem “não” de seus pais estarão despreparados para ouvir “não” da vida. Não terão chance de sobreviver.
2) Aprenda a não ceder as chantagens e pressões dos filhos, caso contrário, a emoção das crianças e jovens se tornará uma gangorra: num momento dóceis, em outro explosivos; numa hora animados, em seguida, mal-humorados. Se os filhos forem flutuantes e chantagistas no ambiente social, serão excluídos.
3) Deixar claro quais são os pontos que podem ser negociados e quais são os limites inegociáveis. Por exemplo: ir para a cama de madrugada e ter de acordar cedo para estudar é inegociável, por outro lado a quantidade de tempo na Internet pode ser negociado.
Os sete pecados capitais dos educadores
1) Corrigir publicamente – Um educador jamais deveria expor o defeito de uma pessoa, por pior que ele seja, diante dos outros. A exposição pública produz humilhação e traumas complexos difíceis de serem superados. Um educador deve valorizar mais a pessoa que erra do que o erro da pessoa.
Os pais só devem intervir publicamente quando um jovem ou criança ofendeu ou feriu alguém em público.
2) Expressar autoridade com agressividade – Impor autoridade aos gritos e com violência nos faz ganhar o temor do filho, mas não o seu amor.
Deve haver autoridade na relação pai-filho, mas a verdadeira autoridade é conquistada com inteligência e amor.
Pais que beijam, elogiam e estimulam os filhos desde pequenos a pensar não correm o risco de perdê-los e perder o respeito deles.
3) Ser excessivamente crítico: obstruir a infância da criança – Havia um pai preocupadíssimo com o futuro do filho, queria que ele fosse ético, sério e responsável. A criança não podia cometer erros e nem excessos. Não podia brincar, se sujar e fazer peripécias como toda criança. Tinha muitos brinquedos todos guardados, porque o pai não admitia bagunça.
Cada falha, nota ruim ou atitude insensata do filho eram criticadas imediatamente pelo pai. Não era apenas uma crítica, mas uma série de críticas, ás vezes na frente dos amigos. Este pai também comparava o comportamento do filho com de outros jovens. Desejando acertar, o pai impôs autoridade, humilhou seu filho em público, criticou-o excessivamente e obstruiu sua infância.
Temos que ter em mente que os fracos condenam, os fortes compreendem, os fracos julgam, os fortes perdoam. Mas não é possível ser forte sem perceber nossas limitações.
4) Punir quando estiver irado e colocar limites sem dar explicações – Jamais puna quando estiver irado. Não somos gigantes, e nos trinta primeiros segundos da raiva somos capazes de ferir as pessoas que mais amamos. Não se deixe escravizar de sua ira. Quando sentir que não pode controlá-la, saia de cena, pois, caso contrário, você reagirá sem pensar.
Jamais coloque limites sem dar explicações, punir com castigos, privações e limites só educa se não for em excesso e se estimular a arte de pensar, senão será inútil.
5) Ser impaciente e desistir de educar – Pais brilhantes não desistem dos jovens, ainda que eles o decepcionem e não lhes dê retorno imediato. Paciência é o segredo, a educação do afeto é sua meta.
6) Não cumprir com a palavra – Não dissimule suas reações, seja honesto com os jovens e crianças, cumpra sempre o que prometer; se não puder diga “não” sem medo, mesmo que seu filho esperneie.
A frustração é importante para o processo de formação da personalidade. Quem não aprende a lidar com perdas e frustrações nunca irá amadurecer.
Seja confiável, cumprindo o que promete.
7)Destruir a esperança e os sonhos – O mundo pode desabar sobre uma pessoa, ela pode ter perdido tudo na vida, mas, se tem esperança e sonhos, ela tem brilho nos olhos e alegria na alma.
Todos temos tendências a ferir as pessoas que mais amamos. Mas não podemos concordar com isso, caso contrário, corremos o risco de destruir os sonhos e a esperança das pessoas que mais nos são caras.
Os jovens que perdem a esperança tem enormes dificuldades de superar seus conflitos. Os que perdem seus sonhos serão opacos, não brilharão, estarão sempre derrotados.
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